Tashi Wangchuk: activista tibetano é libertado

Tashi Wangchuk é um defensor da utilização da linguagem tibetana nas escolas do Tibete. Actualmente o mandarim é o único idioma que é usado no sistema de educação.

Tashi Wangchuk exprimiu nas redes sociais a sua preocupação por muitas crianças tibetanas serem incapazes de falar fluentemente a sua língua nativa e pela extinção gradual da cultura tibetana.

Em 2015 o “New York Times” produziu um curto documentário intitulado “Uma Jornada Tibetana pela Justiça” em que relatava a viagem de Tashi Wangchuk a Pequim para obter assistência jurídica numa acção em tribunal contra os funcionários locais que impediam o uso da língua tibetana nas escolas do Tibete. Nenhuma firma de advogados se quis encarregar da queixa legal e a estação oficial de televisão, a CCTV, recusou-se a deixá-lo expor o caso. A polícia usou o documentário como prova de que ele incitara ao “separatismo”, ao tentar desacreditar a imagem do governo chinês e as suas políticas em relação às minorias étnicas.

A etnia tibetana é discriminada na China e está sujeita a restrições às liberdades de culto religioso, de expressão, de associação e de manifestação. Os monges tibetanos, os escritores e os activistas são detidos em resultado das suas actividades pacíficas. Acusados de “incitamento ao separatismo” e de “terrorismo”, são-lhes aplicadas duras penas criminais.

Detido em Janeiro de 2016, Tashi Wangchuk foi espancado e proibido de contactar com a família. Acusado de “incitamento ao separatismo” foi condenado a 5 anos de prisão, em 22 de Maio de 2018.

Foi libertado em 28-1-2021, após ter cumprido a sua pena de prisão. Mas qual será o seu grau de liberdade fora da prisão? A China tem um historial de vigilância rigorosa e de intimidação contra os defensores dos direitos humanos libertados da prisão. Temos de continuar atentos.