4 de Junho de 2021 – 32º Aniversário do massacre de Tiananmen

 

3-4 Junho de 1989: o governo da República Popular da China ordena ao exército fortemente armado e apoiado por tanques de guerra que invista contra estudantes que na Praça de Tiananmen pediam democracia e o fim da corrupção dos dirigentes.

Foram mortos centenas de estudantes, idosos e crianças e feridos mais de um milhar, alguns simples curiosos.  Seguiu-se uma repressão feroz contra as vítimas e as suas famílias.

A China tenta que o massacre de Tiananmen, ocorrido há 32 anos, caia no esquecimento, a nível interno e a nível mundial. Devido à Covid19, em muitos países, não vai ser possível este ano realizar manifestações para relembrar o trágico acontecimento de 1989. Mas isso não nos vai impedir de lembrar à China que não nos esquecemos e que requeremos justiça para as vítimas, suas famílias e todos aqueles que continuam a ser detidos por relembrar os acontecimentos e exigir justiça.

Vamos, em todo o mundo, mostrar aos dirigentes chineses que não nos esquecemos.

Esteja onde estiver, atue em conjunto com a iniciativa  #WeRemember64 colocando mensagens  nas redes sociais usando o hashtag  #WeRemember64 em que 64 significa 4 de Junho.

Algumas mensagens, de preferência em inglês, poderão ser as que se seguem, ou outras que queiram escrever, desde que de forma respeitosa.

Mensagens sugeridas:

Mensagem 1:

It’s been 32 years, and still #China hasn’t yet taken responsibility for what happened during the #TiananmenCrackdown. It doesn’t matter how hard the authorities try to suppress the truth or erase these cruel events from memory: we will continue to commemorate. #WeRemember64

Mensagem 2:

Due to #Covid19, many places will not be able to host public remembrances of the #TiananmenCrackdown. Some authorities may even use #Covid19 as an excuse to ban commemorative vigils.

Nothing will stop us: we can show our solidarity virtually anywhere, anytime. Let’s act together #WeRemember64

Se não tiver acesso a redes sociais envie as mensagens directamente para o Governo Chinês, através do email: [email protected]

Historial dos acontecimentos da Praça de Tiananmen de 1989:

Nos primeiros meses de 1989 os estudantes universitários de Pequim começaram a mostrar a sua insatisfação perante a corrupção dos responsáveis chineses, exigindo reformas políticas e económicas. As suas revindicações suscitaram um apoio público crescente e a pouco e pouco começaram a ter lugar manifestações por toda a China. Depressa o movimento alastrou a todo o País. As autoridades não conseguiram deter este movimento e as tensões foram aumentando, principalmente em Pequim, até que em 20 de Maio foi imposta a lei marcial.

Na noite de 3 de Junho tropas fortemente armadas e centenas de tanques de guerra puseram-se em movimento em Pequim, para “limpar” os manifestantes pró-democracia. Muitos civis desarmados, incluindo crianças e idosos, foram mortos por disparos das tropas. Alguns eram meros curiosos que se encontravam nas ruas de acesso à Praça de Tiananmen, onde se concentravam os manifestantes. No dia 4 de Junho as tropas acabaram por controlar Pequim.

Num relatório oficial divulgado no fim de Junho de 1989, as autoridades chinesas reconheciam que mais de 3.000 civis tinham sido feridos e que mais de 200, incluindo 36 estudantes, tinham morrido. Embora os números exactos sejam desconhecidos, há inúmeros indícios de que os dados oficiais são demasiado baixos.

Imediatamente após a repressão militar começou uma caça a todos aqueles que pudessem ter estado envolvidos nas manifestações. Muitos civis foram detidos, torturados e enviados para prisões após julgamentos injustos, sob a acusação de delitos “contra-revolucionários”. As famílias foram perseguidas ocultando que familiares seus tinham sido mortos ou estavam presos na sequência das manifestações pró-democracia.

Atualmente qualquer referência à repressão em Tiananmen continua a ser sistematicamente censurada na China. Os que ousam continuar a falar sobre o massacre e a pedir justiça para as vítimas e para as famílias são detidos e acusados de delitos tais como “incitamento à subversão do poder do Estado”.

Também nos territórios de Hong Kong e de Macau, onde é suposto vigorarem os regimes de “um país, dois sistemas”, a evocação do massacre de Tiananmen tem sido proibida desde o ano de 2020, nomeadamente a grande vigília anual em que participavam milhares de pessoas em Hong Kong e eventos tão simples como uma exposição fotográfica em Macau, em 2020.