Dia Mundial da Saúde 2020

por Joana Almeida

Ativista da Rede de Ação Jovem

 

Curiosamente, é hoje celebrado o Dia Mundial da Saúde, e utilizo este advérbio devido à situação que o mundo tenta ultrapassar atualmente. É necessário, especialmente hoje, valorizar e reafirmar o papel essencial desempenhado pelos técnicos de saúde e por todas as entidades envolvidas neste ramo.

O Sistema Nacional de Saúde aproveitou este dia para destacar o trabalho desenvolvido pelos profissionais de enfermagem e obstetrícia, lembrando o papel crítico que estes desempenham nesta pandemia. Há também que reforçar que, para além destes dois grupos de profissionais de saúde, não nos podemos esquecer de todos os que foram chamados e que se encontram neste momento a combater na linha da frente. São milhares de profissionais, desde médicos a administradores hospitalares, que trabalham horas a fio e sacrificam o seu tempo familiar e de descanso para cuidar de milhões de vidas. São eles que, dia após dia, se encontram na posição vulnerável de apanhar a mesma doença que os seus pacientes apenas por cumprirem com o seu dever. São eles que lutam e trabalham enquanto o resto de nós só tem uma tarefa: ficar em casa. Por respeito, por consideração, por valorização do seu trabalho, por bom senso e consciência, todos nós deveríamos cumprir com a nossa tarefa de modo a ajudar e facilitar o trabalho destes profissionais.

Atravessamos agora uma das piores pandemias que a História já viu. Os milhares de infetados em cada país vêm acompanhados por centenas de mortes diárias, e mundialmente contamos com mais de 1 milhão de infetados e cerca de 80 000 mortes devido à Covid-19. No entanto, o dado mais positivo é também o menos realçado, sendo esse o facto de existirem cerca de 220 000 casos recuperados globalmente. Por isso mesmo, acho necessário apelar à positividade de cada um de nós e à especial necessidade de nos focarmos nas coisas boas que ainda podemos desfrutar mesmo não saindo das nossas quatro paredes. Nada é permanente, e esta pandemia não é exceção. Não devemos tratá-la como um problema ligeiro, e sim vê-la como um puzzle em que cada uma das suas peças se encontra nas nossas mãos e, deste modo, apenas se nos unirmos conseguiremos resolvê-lo. Para além deste pensamento positivo, é também essencial consciencializar as pessoas que existem muitos milhares que não se encontram em condições tão privilegiadas, como refugiados (exemplo disso mesmo é o caso dos refugiados na Grécia) ou sem-abrigos, e mulheres ou homens que são vítimas de violência doméstica, encontrando-se por isso sujeitos a esses maus tratos mais frequentemente. É importante apoia-los e protege-los, fazê-los saber que nada está perdido e que não devem perder a esperança.

Leiam aquele livro esquecido na prateleira, cozinhem, façam um curso, vejam filmes, passem tempo de qualidade com a vossa família, dêem carinho e atenção aos vossos animais. Agora, mais do que nunca, é altura para respirar fundo, pensar positivo e reforçar a entreajuda tão indispensável para com o próximo.