Dia Mundial da Água 2020

por Guilherme Machado

Ativista da Rede de Ação Jovem

 

Um dia dedicado a este líquido essencial para a existência humana não deve ser passado sem a recordação de que, por mais distópico que seja, milhões de pessoas ao redor do mundo não possuem um acesso pleno a água potável e consumível.

A falta de acesso à água potável vem da incapacidade de governos locais e nacionais de garantir fontes de água em cidades e zonas mais isoladas, ou a ação poluente de grandes fábricas e centros de produção que destroem os lençóis freáticos e os rios, ou até a agricultura intensiva e o desflorestamento, que leva a grandes e potentes secas, sob o fenómeno da desertificação, como no Magreb. A verdade é que a água é um bem tão essencial e básico para a saúde humana, que não deveria ser considerado como um bem de consumo, mas sim como uma peça inerente à sobrevivência humana e de todos os seres vivos. 

É por isso, inaceitável que a inacessibilidade à água seja um fenómeno comum em muitas zonas do mundo, como dito anteriormente, o Magreb (região no limiar do deserto do Sahara e da África Austral), países envolvidos em conflitos bélicos como o Iémen e a Síria e até cidades em países desenvolvidos, como famoso caso da cidade de Flint, no Michigan (cidade norte-americana na qual a fonte de água foi contaminada por chumbo, até hoje à espera de intervenção das autoridades).

O Dia Internacional da Água não deve, então, ser banalizado como a vivência quotidiana faz com outros dias festivos, mas sim considerado como uma lembrança deste bem essencial e deste direito. É imperativo que seja exigido dos órgãos de poder e das organizações internacionais uma ação direta na manutenção do acesso à água, não simplesmente através da isolada ação humanitária, mas sim através da garantia de que as comunidades podem ter um acesso pleno a fontes de água.