Dia Mundial do Livro

“Isso é parte da beleza de toda a literatura. Descobres que os teus desejos são desejos universais, que não estás sozinho e isolado do Mundo. Tu pertences.”

F. Scott Fitzgerald

 

Hoje, dia 23 de abril, é o Dia Mundial do Livro. Por isso, seleccionamos alguns livros – de ficção e não ficção – sobre Direitos Humanos, que achamos serem interessantes. 

Queremos celebrar o poder libertador da literatura, sem nos esquecermos de que ainda há muitas pessoas no Mundo que não têm acesso a ela, muitas pessoas a quem é negada educação. Os livros ensinam-nos, levam-nos a viajar, inspiram-nos e mostram-nos o que é colocarmo-nos no lugar do outro. A literatura e a educação libertam-nos e emancipam-nos. Por isso, enquanto estiverem a celebrar este dia com um bom livro, dediquem um pouco do vosso tempo a estas pessoas – a separar livros que já não querem para doar a alguma instituição, ou até mesmo a preencher uma candidatura para fazerem voluntariado numa associação que leve educação a quem mais precisa dela!

 

Direitos Humanos – o que está por fazer no século XXI, Teresa Pina

Escrito pela antiga Diretora Executiva da Amnistia Portugal (2012-2016),este livro é excelente para quem quer ficar a conhecer algumas das situações mais prementes de violações dos direitos humanos atualmente. Teresa Pina apresenta-nos estas problemáticas com um conhecimento de quem as acompanhou de perto, desde a prisão de Luaty Beirão em Angola (que escreve o prefácio ao livro) à crise do mediterrâneo com os refugiados – lembrando-nos que sim, já fizemos muitos progressos na área dos direitos humanos, mas não nos podemos esquecer daquilo que ainda precisa de ser feito.  Se o querem saber, este é um bom sítio por onde começar 😉 

Temas: Direitos Humanos, Direitos Humanos em Portugal

 

To Kill a Mockingbird, Harper Lee

To Kill a Mockingbird (em português, “Por Favor, Não Matem a Cotovia”) é um romance de ficção lançado em 1960, inspirado em memórias da autora Harper Lee. A história é narrada por uma criança de seis anos, que vive algures no Alabama, e conta a história de um jovem afro-americano acusado de violar uma mulher branca, durante a Grande Depressão. É uma história intensa, sobre racismo nos Estados Unidos e sobre o direito a um julgamento justo.

Temas: Racismo, Direito ao Julgamento

 

Long Walk to Freedom, Nelson Mandela

Se estão interessad@s em conhecer em primeira mão aquilo que foi o Apartheid, ler a autobiografia do Nelson Mandela, publicada em 1994, pode ser uma boa opção. O livro relata a vida do ex-presidente da África do Sul: a sua educação, o tempo em que esteve preso, e a sua ascensão política.

Temas: Racismo, Apartheid

 

1984, George Orwell

Outro clássico de ficção, publicado em 1949. Seguimos a história de Winston, numa Inglaterra do futuro em que o Estado vigia e sabe tudo, a história está sempre a ser reescrita e a liberdade não existe – como prenuncia a famosa frase do livro: “Guerra é Paz, Liberdade é Escravatura e Ignorância é Força”  

Com a vigilância crescente na nossa sociedade e a proliferação das fake news, Orwell choca-nos com algo que parece demasiado próximo da realidade. 

Temas: Vigilância, Direito à Liberdade

 

Sou eu mais livre, então, Luaty Beirão

O rapper angolano Luaty Beirão foi um caso da Amnistia Internacional em 2016, depois de ser detido, com outros dezasseis ativistas, por ler a obra Da Ditadura à Democracia e por questionar publicamente a liderança de José Eduardo dos Santos. Este livro reúne as páginas que conseguiu salvar dos cadernos que escreveu durante a sua detenção e durante a sua greve de fome; e a transcrição de uma entrevista realizada ao próprio por Carlos Vaz Marques em outubro de 2016. 

Temas: Direitos Humanos em Angola, Liberdade de Expressão, Direito ao Julgamento

 

Capitães da Areia, Jorge Amado

Capitães de Areia, de Jorge Amado, decorre na década de 1930 na cidade de Salvador, na Bahia. O autor narra as aventuras de um grupo de cerca de 100 crianças abandonadas, que sobrevive nas ruas através de roubos. Apesar da consciencialização de que as ações deste grupo não são corretas, acaba por existir uma inevitável compreensão, devido à situação de extrema pobreza que estas crianças vivem, abandonadas tanto pela família, como pelo próprio sistema.

Temas: Abandono infantil; Desigualdade

 

Mulheres Chinesas, Xinran

Mulheres Chinesas foi o primeiro livro publicado pela jornalista chinesa Xinran, em 2003. A autora reuniu cartas que recebeu de mulheres chinesas, relatando as suas condições de vida durante a Revolução Cultural, sob regime de Mao Tsé-Tung. 

Temas: Direitos Humanos na China, Direitos das Mulheres

 

Boas leituras!